quinta-feira, 15 de outubro de 2009


BEBÊ VENDIA CIGARRO



Começou nesta semana, em São Paulo, uma exposição mostrando como a publicidade usou bebês, médicos e até a figura do Papai Noel para vender cigarros --as imagem estão no http://www.catracalivre.com.br/.
Usar médico para vender cigarro é, hoje, inacreditável, digno mesmo só de uma exposição. Temos aqui mais um motivo para saudar os chatos.
Muitas das campanhas de saúde --assim como movimentos sociais e ecológicos-- só tiveram força por causa dos chatos, aqueles seres monotemáticos, muitos deles irritantemente obsessivos, que não se incomodam em enfrentar as modas. Apesar de todas as adversidades, desafiam os poderes, enfrentam a opinião pública, mas, no final, com a força dos argumentos, mudam leis e atitudes.
Até pouquíssimo tempo, aqueles seres que ficavam falando do desmatamento, do aquecimento global, eram chamados de ecochatos; quem defendia os direitos da mulher era, muitas vezes, ridicularizado.
Quem diria que em cidades brasileiras o fumo seria proibido em lugar fechado --e a medida fosse cumprida.
No futuro, sentiremos tanta estranheza olhando as imagens de jogadores de futebol anunciando bebidas como o que sentimos vendo as imagens de um bebê ou Papai Noel vendendo cigarro.

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